O inicio do programa do caminho marítimo para a India começou a ser delineado por D. João II com o objectivo de redução dos custos nas trocas comerciais com a Ásia e assim tentar monopolizar o comércio mundial de especiarias.
Todavia, como todos sabemos este grande feito português não chegou a ser feito no reinado de D. João II.
Seria portanto o seu sucessor, o rei D. Manuel I que viiria a nomear Vasco da Gama para esta expedição.
No entanto, esta decisão não foi aprovado pelas altas classes sendo que nas Cortes de Montemor-o-Novo de 1495 era bem visivel a opinião contrária quanto à viagem que D. João II tão esforçadamente havia preparado.
Estes focavam-se principalmente no comércio da Guiné e do Norte de África e temiam pela manutenção dos territórios.
Mais tarde a 8 de Julho de 1497 iniciava-se a viagem histórica que viria a terminar dois anos mais tarde.
As especiarias eram o tesouro das Indias. Desde a canela, ao gengibre e a pimenta transformaram o mundo ocidental.
O inicio do programa do caminho marítimo para a Índia começou a ser delineado por D. João II com o objectivo de redução dos custos (Autor: Nuno Tavares)
Os mercados mundiais desde Veneza e principalmente Génova tratavam de distribuir estas especiarias por toda a Europa.
Os portugueses ganhavam muito em estabelecer esta rota marítima, que era praticamente isenta de assalto.
Portugal iria permitir e ligar directamente as regiões produtoras das especiarias aos seus mercados por toda a Europa.
Com muito cuidado e segredo preparou dois novos homens da sua confiança, Afonso de Paiva, de Castelo Branco, e Pêro da Covilhã. Iniciando caminho por Valência, Barcelona, Nápoles, Rodes, Alexandria, Cairo, Adem.
Aqui se deveriam separar para destinos diferentes: Afonso de Paiva para a Etiópia e Pêro da Covilhã para a Índia.
Nenhum dos homens voltou, mas as informações que D. João necessitava retornaram ao reino e serviriam de base de sustentação à eventual épica aventura marítima que se avizinhava.
O plano de viagem teria então que prever a segurança da rota. Para isso seria necessário instalar feitorias ao longo do caminho, e criar fortalezas.
A missão caberia ao capitão da armada que ia munido de muitos presentes e equipamento para desbravar os mares e atestado de diplomacia e perseverança para criar elos com os monarcas desconhecidos que eventualmente encontrasse pelo caminho.
Mas já não seria no reinado de D. João que este empreendimento, com forte oposição da corte, seria iniciado, mas sim no de seu sucessor, D. Manuel I que não partilhava da opinião geral e via nas rotas marítimas uma boa — senão a melhor — forma de dominar o comércio com o Oriente.
Assim, Vasco da Gama partiu de Lisboa seguindo pela linha da costa de Cabo Verde até à Serra Leoa. A 7 de Novembro de 1497 chegou a Baía de Santa Helena, a Baía de S. Brás a 25 de Novembro, Moçambique .
No dia 2 de Março de 1498, Mombaça a 7 de Abril e Melinde a 14 de Abril, chegando assim finalmente ao norte de Calecute no dia 20 de Maio desse ano.
A 29 de Agosto, os três navios partiram de regresso, tendo sido a nau Bérrio a primeira a chegar a Lisboa, a 10 de Julho de 1499.
Não se reconhecem, no entanto, a data exacta do retorno de Vasco da Gama a Portugal. No entanto não se determinaram as latitudes por observações solares, o que de resto já não era novidade de todo.
Com o famoso regresso das naus a Lisboa da India, estabeleceu-se assim a dita e famosa ligação marítima que mais tarde e durante muitas décadas, viria ser explorada por Portugal.
Assim, esta descoberta do caminho marítimo para a India possibilitou a estabilização duma nova rota que viria a ligar directamente as zonas produtoras das especiarias aos maiores mercados europeus.
Assim vemos como a descoberta do caminho marítimo para a India veio a possibilitar o começo de uma época de ouro da economia portuguesa, nomeadamente no que diz respeito e devido principalmente ao comércio e domínio das especiarias.