Castelo da D. Chica

Castelo da D. Chica (Autor: José Goncalves)

Castelo da D. Chica (Autor: José Goncalves)

O Castelo da D. Chica é um edifício apalaçado, com diversas caraterísticas ecléticas, que foi projetado por Ernesto Korrodi, um arquiteto suiço que lhe conferiu traços de estilo romântico.

Fica situado na freguesia de Palmeira, em Braga (Portugal) e é também conhecido como Castelo de Palmeira, Palácio de Dona Chica e Casa da Chica.

História do Castelo da D. Chica

O Castelo da D. Chica foi mandado construir por Francisca Peixoto de Sousa, quando decorria o ano de 1915.

D. Francisca, ou D. Chica, tinha nascido no Brasil, tendo por isso mandado trazer diversas espécies arbóreas do seu país, espécies essas que ainda hoje existem na mata envolvente.

Ao longo dos anos, este castelo mudou de proprietário por diversas vezes, o que fez com que as suas obras de construção se fossem arrastando ao longo dos tempos, de modo que só ficaram concluídas já em 1991.

Ainda antes da sua conclusão, o Castelo foi reconhecido como Imóvel de Interesse Público, mediante o despacho de 20 de Fevereiro de 1985. Apesar de ter recebido essa classificação, atualmente o Castelo da D. Chica encontra-se abandonado e num processo de degradação que se tem vindo a arrastar, devido a uma disputa judicial que envolve várias entidades.

Castelo da D. Chica (Autor: José Goncalves)

Castelo da D. Chica (Autor: José Goncalves)

Disputa Judicial do Castelo da D. Chica

No ano 1990, a Junta de Freguesia de Palmeira adquiriu o Castelo da D. Chica por aproximadamente 95 mil euros, tendo depois arrendado o imóvel à IPALTUR, uma empresa de turismo que procedeu a algumas obras de beneficiação, adaptando o Castelo a uma zona de lazer com discoteca, bar e restaurante, bem como salas de reuniões e de congressos.

Mais tarde, com o acordo da autarquia, esta empresa hipotecou o Castelo da D. Chica por 750 mil euros, junto da Caixa Geral de Depósitos, constando do acordo que a Junta de Freguesia não receberia rendas do imóvel por um período de 10 anos.

Em 1994, porém, a IPALTUR entrou em processo de falência, tendo a Caixa Geral de Depósitos adquirido o imóvel em hasta pública, já no ano de 1998, por um milhão e meio de euros. Deste modo, a instituição financeira conseguiu reaver o seu crédito, mas os restantes credores (cerca de vinte) ficaram sem receber qualquer valor.

Assim, em 2001, o tribunal de Braga decidiu que os demais credores deveriam receber os valores em dívida da parte da Caixa Geral de Depósito. No entanto, essa decisão foi mais tarde anulada, em 2002 pelo Tribunal da Relação de Guimarães, e em 2003 pelo Supremo Tribunal de Justiça.

Aspetos Arquitetónicos do Castelo da D. Chica

O edifício do Castelo da D. Chica é composto por 4 pisos, sendo caraterizado por uma grande diversidade de materiais e linguagens, misturando vários estilos arquitetónicos, entre os quais o neogótico, o rústico e o neoárabe.

O projeto deste edifício, evidencia que foi dada a principal importância à imagem, deixando para trás alguns métodos relevantes de construção.

O material das janelas do edifício não obedece a nenhum padrão, sendo algumas em madeira, outras em ferro, e ainda outras utilizam ambos os materiais, não se sabendo se tal ficou decidido logo no projeto inicial de Korrodi, ou se os vários artistas que foram executando a obra ao longo do século foram tomando as decisões sobre esse assunto a seu bel prazer. Além das janelas, utiliza-se também o ferro como material do gradeamento, do coroamento da cobertura e também do catavento.

Como elemento decorativo principal, utiliza-se a folha-de-hera, que aparece não só no desenho das grades de ferro, como também em algumas das molduras de mármore e pelo meio dos diversos motivos florais presentes nos capitéis das colunatas.

As telhas do edifício foram pintadas de verde, com o objetivo de se integrarem na paisagem à volta, coisa que o restante edifício não consegue.

A mata envolvente é essencialmente de origem brasileira, sendo composta de amendoeiras, pau-santo, eucaliptos, japoneiras, palmeiras, pinheiros brasileiros, apesar de aí também se encontrarem algumas árvores de origem nacional, tais como cedros, pinheiros bravos, carvalhos, mimosas, salgueiros, sobreiros e outras.

O lago no jardim, conjuntamente com uma gruta, pretendem imitar o período medieval e o estilo barroco, traduzindo assim uma visão romântica

Castelo da D. Chica na Atualidade

Atualmente, o Castelo da D. Chica encontra-se à venda por dois milhões e meio de euros, estando já em processo de degradação.

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