O Forte de São Vicente de Torres Vedras fica situado num dos mais altos montes que cercam o vale onde está implantada a Cidade de Torres Vedras, no Concelho de Torres Vedras, Distrito de Lisboa, em Portugal.
O Forte de São Vicente de Torres Vedras foi construído como parte integrante das Linhas de Torres, o anel de defesa de Lisboa face às invasões francesas, no ano de 1809 e é formado por um interessante conjunto de fossos, trincheiras, e posições de fogo, que remontam à época da Guerra Penisular, sendo que não sofreram grandes alterações após a terceira invasão francesa e mantendo-se assim até aos nossos dias.
A construção das Linhas de Torres iniciou-se em Novenmbro de 1809, com as fortificações do Sobral, São Julião da Barra, Torres Vedras, Mafra, Montachique, Bucelas e Vialonga.
No caso do Forte de São Vicente de Torres Vedras, este constituia-se como um dos principais pontos defensivos das Linhas de Torres e a sua função era a defesa da estrada que unia Coimbra a Lisboa.
História do Forte de São Vicente de Torres Vedras
No início do séc. XVIII, Napoleão entrou em conflito com a Inglaterra e, por isso, as suas tropas invadiram diversos países europeus, numa tentativa de impor um bloqueio continental.
O objetivo deste bloqueio era isolar e paralisar os ingleses deixando-os cercados por todos os lados (por terra).
Forte de São Vicente de Torres Vedras (Autor: HistoriaDePortugal.info)
No entanto, Portugal que mantinha uma aliança estratégica de longa data com Inglaterra desafiou este bloqueio de Napoleão.
Como consequência disso, as tropas francesas invadiram Portugal Essa invasão levou a que a família real fugisse para o Brasil e a que ficasse em Portugal Wellington, um inglês a quem a família real delegou poderes para governar o país. Esta fuga da família real acabaria por resultar mais tarde na proclamação da independência do Brasil.
Após a retirada pela segunda vez dos exércitos franceses, os ingleses, temendo que Napoleão voltasse novamente com a sua palavra atrás, mandaram edificar um eficiente sistema de fortificações de campo, que ficou conhecido como a Linha de Torres.
Este sistema de fortificações era semelhante a uma muralha por terra, dentro da qual os soldados ingleses defenderiam o país, mas a partir da qual seria fácil os ingleses fugirem, visto que permitia uma ligação com o rio tejo e, principalmente, com o mar de forma a que, caso os franceses levassem a melhor, os ingleses pudessem fugir e regressar por mar a Inglaterra.
A Linha das Torres era uma tripla linha de defesa com 152 redutos de alvenaria, que reforçavam os obstáculos naturais que o próprio terreno oferecia, formando assim uma barreira delimitada pelo Oceano Atlântico e pelo Rio Tejo, sendo que a primeira linha tinha uma extensão de 46 quilómetros e ligava Alhandra à foz do Rio Sizandro, a Segunda tinha uma extensão de 39 quilómetros e ligava a Póvoa de Santa Iria a Ribamar, e a terceira tinha uma extensão de apenas 3 quilómetros ligando Paço de Arcos à Torre da Junqueira.
Quando foram ocupadas, em 1810, existiam apenas 108 fortes, visto que as obras ainda não estavam concluídas, o veio a acontecer apenas dois anos mais tarde, em 1812.
Caraterísticas do Forte de São Vicente de Torres Vedras
O Forte de São Vicente de Torres Vedras era um dos pontos mais fortificados desta Linha de Torres.
No total, o Forte de São Vicente de Torres Vedras compreende um conjuto de três redutos em volta dos quais existe um muro perimetral com cerca de 1500 metros de extensão.
Encontrava-se guarnecido por 2200 homens, podendo comportar até 4000 homens, caso fosse necessário e tinha 39 bocas de fogo.
No Forte existia ainda um posto telegráfico. O segundo reduto é o Castelo de Torres Vedras que continha 11 bocas de fogo.
O terceiro reduto era uma bateria fechada situada próximo do Varatojo.
Hoje, quem visita Torres Vedras não pode deixar de conhecer este conjunto que foi tão importante no passado para a defesa da soberania portuguesa.
Imagens do Forte de São Vicente de Torres Vedras
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