Damião Góis um grande, talvez um dos maiores, humanistas de Portugal nasceu no ano de 1502 e a sua formação foi realizada na corte de D. Manuel para onde foi como pajem aos nove anos de idade. No ano de 1523 passa a ser o secretário da Casa da Índia de Antuérpia e é nesta altura que começam a surgir os contactos diplomáticos e que lhes permitiu o aumentar da sua dimensão intelectual. Durante a sua vida realizou muitas viagens nomeadamente pela Europa do Norte, tendo estado em contacto com diferentes humanistas e reformadores. Foi nesta altura que Damião tem a possibilidade de conhecer pessoalmente Lutero, Melanchthon (o grande pedagogo da Reforma) bem como Erasmo de Roterdão, tendo-se afirmado nessa mesma época como humanista.
A atual capela onde se encontrava sepultado Damião de Góis foi em tempos a capela-mor da igreja da Várzea no distrito de Alenquer, a mesma igreja que o escritor havia mandado restaurar no ano de 1560. Acontece que esta capela se deu à ruina e os túmulos de Damião de Góis bem como de sua mulher, foram transferidos para a igreja de S. Pedro no ano de 1940. Esta igreja pertence à mesma localidade e é lá que presentemente podem ser visitados.
A capela onde este se encontra apresenta-se coberta com uma abóbada de nervuras e os seus bocetes são decorados por florões. Continua a exibir o pavimento original que se encontrava na Igreja da Várzea que é constituído por lajes de mármore branco e vermelho. Ao centro pode-se ver um altar de pequenas dimensões exibindo uma imagem policroma do “Ecce Homo”, cuja proveniência é de Flandres. Numa parede lateral pode ser observada as armas de Damião de Góis que lhe haviam sido oferecidas pelo imperador Carlos V assim como as de Joana van Hargen. Este conjunto de armas encontra-se decorado com motivos grotescos e concluído com uma cabeça alada. Na parede frontal encontra-se um epitáfio tumular escrito pelo próprio, chamando-se aqui a tenção que a data inscrita não corresponde à data do falecimento.